Nascido em Buenos Aires a 4 de Julho de 1927, no seio de uma família pobre de italo descendentes, Alfredo Di Stéfano Laulhé foi um dos melhores jogadores de todos os tempos. Notabilizou-se sobretudo na Europa ao serviço do Real Madrid depois de ter passado pelo River Plate e pelo campeonato da Colômbia. Foi um dos primeiros exemplos puros do que hoje se designa como goleador egoísta. Di Stéfano dizia que quando confrontado entre a oportunidade de se fazer o golo ou assistir um companheiro nunca vacilava: disparava para o fundo das redes.
Uma estrela sul-americana
Iniciou a carreira no
River Plate de Buenos Aires em 1945, quando o clube possuía um quinteto ofensivo conhecido como
La Máquina composto por Pedernera, Juan Carlos Muñoz, José Manuel Moreno, Angel Labruna e Félix Loustau. Fez apenas um jogo no ano de estreia e foi emprestado ao Huracán. Após o regresso ao
River Plate, tornou-se titular e ajudou a equipa a conquistar mais um campeonato, tornando-se também o melhor marcador da competição.
Em consequência das suas exibições, é convocado para a selecção argentina que conquista a Copa América nesse ano.
Após uma crise que opôs jogadores à direcção do River, Di Stéfano foi um dos que saiu do clube. A Colômbia foi o seu destino, seduzido por uma proposta irrecusável dos Millonarios de Bogotá.
Na Colômbia, num campeonato que atraia nesses tempos os melhores jogadores da América Latina, «
La Saeta Rubia» (A flecha loira) pôde aprimorar os seus dotes e tornou-se numa das grandes vedetas da Liga Pirata – o campeonato local, que não era reconhecido pela FIFA, o que fazia com que o passe do avançado continuasse na posse do
River Plate.
Em 1952 o Millonarios efectuou uma
tournée à Europa onde defrontou entre outros o Real de
Madrid, em jogo de comemoração do aniversário do clube Madrileno. Os colombianos venceram por 2x4 e Di Stéfano marcou dois golos. O FC
Barcelona não perdeu tempo e contratou-o.
Os catalães negociaram directamente com o
River Plate – que era o detentor do passe – e Di Stéfano chegou à cidade condal para vestir a camisola blaugrana.
Chegou ainda a disputar três partidas amigáveis, mas entretanto o
Real Madrid entrou na corrida pelo “fenómeno” sul-americano.
O clube da capital negociara com os Millonarios e apresentou um contrato na Federação Espanhola. O ministro dos desportos, General Moscardo, apresentou uma solução salomónica: o jogador faria quatro épocas alternadas nos dois clubes, começando a primeira época no Real de
Madrid. O acordo foi prontamente rejeitado pelo Barça e Di Stéfano ficou livre para vestir a camisola merengue. Os barcelonistas nunca esqueceram esta decisão que consideraram uma ingerência directa do Governo de
Madrid no futebol, e desde aí a relação entre culés e merengues nunca mais foi a mesma.
Jogando ao lado de Gento,
Kopa e
Puskas, tornou-se no maior ídolo dos adeptos madrilenos ao contribuir para a conquista de oito Ligas, uma Taça do Rei e duas Taças Latinas. Mas os grandes feitos estavam reservados para a Taça dos Campeões Europeus. O Real com Di Stéfano a comandar o ataque venceu as cinco primeiras edições (1956 a 1960), tendo o astro argentino marcado em todas as finais, o que ainda hoje constitui facto inédito.
Di Stéfano equipou de “blanco” durante onze anos e em cinco deles foi o melhor marcador da Liga espanhola. Antes de abandonar a carreira de futebolista, ainda rumou à Catalunha para representar o Espanyol de
Barcelona durante 2 épocas. Abandonou o futebol em 1966 com 818 golos apontados em 1115 jogos disputados. Desses golos, 228 foram apontados em jogos a contar para a Liga - o que faz dele o quarto melhor goleador de sempre da prova - 216 dos quais com a camisola do
Real Madrid. A sua qualidade como futebolista valeu-lhe ainda a Bola de Ouro por duas vezes em 1957 e 1959.
Três selecções
Di Stéfano teve uma carreira atípica ao nível de selecções. Começou por jogar pela sua Argentina natal, com quem conquistou a Copa América. Com os alvicelestes marcou seis golos em seis encontros. Seguiu depois a sua carreira na Colômbia e à luz dos regulamentos da época pôde jogar com a camisola da selecção colombiana, com a qual disputou quatro amigáveis.
Depois de mudar-se para
Espanha, naturalizou-se espanhol e jogou pela “fúria” 31 vezes, marcando 23 golos. Infelizmente para Di Stefáno e para o futebol mundial, a selecção espanhola só se qualificou para o Campeonato do Mundo de 1962, mas uma lesão antes da competição impediu Don Alfredo de disputar um mundial.
O treinador e o símbolo vivo
Terminada a carreira de jogador tornou-se treinador começando a carreia pelo humilde Elche. Seguiu um regresso à sua Argentina onde conquistou o título de campeão pelo
Boca Juniors. Regressou a
Espanha onde conquistou uma Taça do Rei pelo Valência em 1979. Já ao comando do
Real Madrid não foi feliz tendo estado por 4 vezes na final da Taça do Rei, para em todas elas ser derrotado, e por uma ocasião, perdeu na última jornada o Campeonato. Antes, num regresso à Argentina e ao seu River, voltou a conquistar o Campeonato Argentino, conseguindo o feito de vencer o Campeonato Nacional pelos dois grandes do futebol das Pampas.
Uns anos antes tinha passado também por
Portugal, em 1974, quando aceitou um convite de João Rocha para treinar o
Sporting, mas a experiência em
Alvalade foi de curta duração, tendo estado em Lisboa apenas dois meses.
Terminada a carreira de treinador, tornou-se um símbolo vivo do Real de
Madrid que o nomeou Presidente honorário vitalício.Nascido em Buenos Aires a 4 de Julho de 1927, no seio de uma família pobre de italo descendentes, Alfredo Di Stéfano Laulhé foi um dos melhores jogadores de todos os tempos. Notabilizou-se sobretudo na Europa ao serviço do
Real Madrid depois de ter passado pelo
River Plate e pelo campeonato da Colômbia. Foi um dos primeiros exemplos puros do que hoje se designa como goleador egoísta. Di Stéfano dizia mesmo que quando confrontadoentre a oportunidade de se fazer o golo ou assistir um companheiro nunca vacilava: disparava para o fundo das redes.
Uma estrela sul-americana
Iniciou a carreira no
River Plate de Buenos Aires em 1945, quando o clube possuía um quinteto ofensivo conhecido como La Máquina composto por Pedernera, Juan Carlos Muñoz, José Manuel Moreno, Angel Labruna e Félix Loustau. Fez apenas um jogo no ano de estreia e foi emprestado ao Huracán. Após o regresso ao
River Plate, tornou-se titular e ajudou a equipa a conquistar mais um campeonato, tornando-se também o melhor marcador da competição.
Em consequência das suas exibições, é convocado para a selecção argentina que conquista a Copa América nesse ano.
Após uma crise que opôs jogadores à direcção do River, Di Stéfano foi um dos que saiu do clube. A Colômbia foi o seu destino, seduzido por uma proposta irrecusável dos Millonarios de Bogotá.
Na Colômbia, num campeonato que atraia nesses tempos os melhores jogadores da América Latina, «La Saeta Rubia» (A flecha loira) pode aprimorar os seus dotes e tornou-se numa das grandes vedetas da Liga Pirata – o campeonato local, que não era reconhecido pela FIFA, o que fazia com que o passe do avançado continuava na posse do
River Plate.
Em 1952 o Millonarios efectuou uma tournée à Europa onde defrontou o Real de
Madrid no centenário do clube Madrileno. Os colombianos venceram por 2x4 e Di Stéfano marcou dois golos. O FC
Barcelona não perdeu tempo e contratou-o.
Os catalães negociaram directamente com o
River Plate – que era o detentor do passe – e Di Stéfano chegou à cidade condal para vestir a camisola blaugrana.
Chegou ainda a disputar três partidas amigáveis, mas entretanto o
Real Madrid entrou na corrida pelo “fenómeno” sul-americano.
O clube da capital negociara com os Millonarios e apresentou um contrato na Federação Espanhola. O ministro dos desportos, General Moscardo, apresentou uma solução salomónica: o jogador faria quatro épocas alternadas nos dois clubes, começando a primeira época no Real de
Madrid. O acordo foi prontamente rejeitado pelo Barça e Di Stéfano ficou livre para vestir a camisola merengue. Os barcelonistas nunca esqueceram esta decisão que consideraram uma ingerência directa do Governo de
Madrid no futebol, e desde aí a relação entre culés e merengues nunca mais foi a mesma.
Jogando ao lado de Gento,
Kopa e
Puskas, tornou-se no maior ídolo dos adeptos madrilenos ao contribuir para a conquista de oito Ligas, uma Taça do Rei e duas Taças Latinas. Mas os grandes feitos estavam reservados para a Taça dos Campeões Europeus. O Real com Di Stéfano a comandar o ataque venceu as cinco primeiras edições (1956 a 1960), tendo o astro argentino marcado em todas as finais, o que ainda hoje constitui facto inédito.
Di Stéfano equipou de “blanco” durante onze anos e em cinco deles foi o melhor marcador da Liga espanhola. Antes de abandonar a carreira de futebolista, ainda rumou à Catalunha para representar o Espanyol de
Barcelona durante 2 épocas. Abandonou o futebol em 1966 com 818 golos apontados em 1115 jogos disputados. Desses golos, 228 foram apontados em jogos a contar para a Liga - o que faz dele o quarto melhor goleador de sempre da prova - 216 dos quais com a camisola do
Real Madrid. A sua qualidade como futebolista valeu-lhe ainda a Bola de Ouro por duas vezes em 1957 e 1959.<