Marcos Evangelista de Morais, paulista de nascimento, veio ao mundo a 7 de junho de 1970, como um dos seis filhos de uma pobre família que vivia na favela do Jardim Irene, em São Paulo.
Começou por jogar no São Paulo FC como atacante, jogando a extremo-direito, até que o treinador Telé Santana o fez recuar no campo para a posição de defesa lateral direito onde se consagraria como um dos melhores de sempre na posição. Um ano depois, em 1990, já era chamado à seleção brasileira.
A primeira final
Rapidamente tornou-se um dos craques da equipa que conquistou a Taça Libertadores em 1992 e 1993, e ganhou um lugar nos convocados para o Mundial de 1994.
O titular era Jorginho, mas Cafu acabou por entrar na final, para substituir Jorginho aos 22 minutos, começando a escrever uma página histórica do futebol, sem o imaginar então… O Brasil venceria a Itália no desempate através de grandes penalidades, festejando o tetracampeonato, 24 anos depois da última conquista...
Com duas Taças Libertadores, duas Taças Intercontinentais e com a medalha de ouro do Campeonato do Mundo E.U.A. 94, ganhou o prémio de melhor jogador sul-americano do ano.
Salto para a Europa e segunda final
Foi contratado então pelo Zaragoza, onde ajudaria a conquistar a Supertaça europeia em 1995. Mas acabou por não conseguir ganhar um lugar na equipa de Aragão e voltou ao Brasil, para jogar no Palmeiras durante uma época.
Voltou à Europa para jogar na Roma, onde as suas constantes subidas no relvado lhe valeram a alcunha de Il Pendolino [o comboio expresso]. Seria ao serviço dos giallorossi que conquistaria o Scudetto em 2001 e uma Supertaça Italiana. Três anos antes, voltara a pisar o palco da final de um mundial, desta feita em Paris, contra a anfitriã França.
No dia em que Ronaldo jogou e não esteve presente no relvado, Cafu foi incapaz de juntamente com os seus colegas, parar a máquina francesa, que comandada por Zidane arrebatou o Campeonato do Mundo com um claro 3x0. Para Cafu restava a lembrança de receber uma segunda medalha de presença numa final de um mundial.
A terceira final
Quatro anos depois, convocado por Scolari, brilhou mais uma vez ao serviço da canarinha no palco privilegiado do Campeonato do Mundo.
Nos campos da Coreia e do Japão, o Brasil conquistou a sua quinta estrela de campeão mundial e Cafu jogou a sua terceira final consecutiva de um mundial, entrando para os livros da história.
Um ano depois, o Pendolino chegou finalmente a sua estação de destino, assinando pelo AC Milan. No colosso milanês colecionaria troféus, somando conquistas ao seu já muito premiado palmarés: Supertaça europeia em 2003, a Serie A e a Supercoppa Italiana em 2004, a Liga dos Campeões, a Supertaça europeia e o Mundial de Clubes em 2007.
Zidane impede a quarta
Em 2006 Cafu jogou o seu quarto mundial e o Brasil caiu nos quartos-de-final às mãos da França de Zidane, que assim impediu novamente a «canarinha» de conquistar o troféu e Cafu de jogar uma insuperável quarta final consecutiva...
142 internacionalizações e cinco golos, 26 troféus conquistados tanto pelos clubes que defendeu como pelo escrete, Cafu marcou uma era no futebol brasileiro e europeu, como um dos melhores laterais de sempre.