Quem não viu o jogo poderá ficar surpreendido com este resultado, mas a Lazio exibiu-se a um excelente nível para anular os pontos fortes do Bayern München e conquistar a primeira vantagem na eliminatória por 1-0. O golo apontado por Ciro Immobile (quem mais?) fez a diferença para o desfecho final.
Os alemães estão a atravessar uma fase delicada da temporada e a derrota em Itália agravou ainda mais a confiança de um conjunto que nunca conseguiu implementar o favoritismo. Thomas Tuchel tem muito trabalho pela frente num grupo com vários egos e muito aquém do que já apresentou no passado.
A primeira parte acabou por ser um pouco «chata». As oportunidades foram escassas, as equipas tiveram dificuldades para criar jogadas com critério e os guarda-redes foram uns meros espetadores. Aliás, tocaram na bola para evitar algum golo? Manuel Neuer e Ivan Provedel precisariam de fazer mais exercícios de aquecimento para continuarem ligados à corrente do encontro.
Do outro lado, a história foi praticamente a mesma. Os centrais com bastante preponderância na primeira fase da construção para procurar as principais referências atacantes: Harry Kane, Jamal Musiala, Thomas Muller e Leroy Sané. Apesar de vários passes falhados em todas as zonas do campo, foi o Bayern a ter a melhor chance dos primeiros 45 minutos.
Na sequência de uma excelente jogada coletiva ao primeiro toque à entrada da área, Leon Goretzka assistiu Jamal Musiala e o avançado, com o pior pé, atirou ao lado da baliza da Lazio. Caso tivesse tido um pouco mais de pontaria, teria inaugurado o marcador, mas a bola acabou por sair ao lado do alvo pretendido: 0-0 era o resultado verificado ao intervalo. Era necessário mudar vários aspetos para desatar o nó que continuava a persistir...
Dito e feito: com apenas poucos minutos decorridos na retoma dos balneários, Gustav Isaksen, após um passe fantástico de Luis Alberto (o jogo passa todo por aqui), testou os reflexos de Manuel Neuer e esteve muito perto do primeiro momento de felicidade em Roma. O guarda-redes alemão, tal como nos tem habituado nos últimos anos, levou a melhor com uma defesa com o pé e manteve a baliza a zeros.
O técnico alemão mexeu com as peças que tinha no banco de suplentes, reajustou a linha defensiva, mas a falta de crença era cada vez mais visível. Os remates inexistentes, as jogadas sem critério e as zero tentativas à baliza contrária explicaram este desaire. Tudo em aberto para a segunda mão na Alemanha, mas os sinais germânicos estão longe de serem positivos.
Consistência é a palavra que melhor define a exibição da Lazio. Sem nunca deixar de lado a ideia de jogo que lhe é caraterística, a turma italiana não deixou o adversário estar confortável e a ameaçar com perigo a baliza de Ivan Provedel. A vantagem na eliminatória assenta na perfeição. Falta a segunda mão, agora na Alemanha.
O Bayern München tinha o favoritismo do seu lado, mas nunca implementou argumentos suficientes para chegar ao golo. Com vários jogadores de nível mundial, era necessário fazer muito mais para ameaçar o resultado em Itália. Onde anda o poderio de outrora?
François Letexier não teve um encontro fácil devido aos inúmeros duelos que se travaram, mas esteve sempre ao mais alto nível. A expulsão de Upamecano e consequente grande penalidade foram bem ajuízados. Nada a apontar.