Tudo adiado para o segundo e derradeiro jogo entre PSV e Borussia Dortmund. Na receção ao conjunto alemão, os lempkes até foram a equipa mais acutilante na procura das redes adversárias, mas o caráter perdulário em frente à baliza de Meyer e um endiabrado Donyell Malen ditaram a igualdade a uma bola (1-1). Se existe a Lei do ex e a Lei de Murphy, a Lei de Malen surgiu esta terça-feira, em Eindhoven.
Sem surpresa para quem acompanha a realidade das duas equipas, PSV e Borussia Dortmund entraram em campo bem ao seu estilo. Com uma pressão incessante sobre o portador da bola, não foi de admirar o pouco espaço e tempo para decidir dos artistas dentro de campo. Nos primeiros instantes, os borussen procuraram instaurar o domínio em campo alheio, mas assim que o tridente composto por Lozano, Saibir (sobretudo este) e Tillman descobriram o espaço para a transição, os problemas nasceram para Alexander Meyer.
Os adeptos do PSV não levam a Malen ele ter marcado 😙
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— DAZN Portugal (@DAZNPortugal) February 20, 2024
Malik Tillman ficou perto de estrear o marcador numa triangulação soberba desde trás, em que Luuk De Jong desempenhou um papel crucial com um último passe de excelente visão periférica. O aviso serviu para espevitar os pupilos de Ediz Terzic e, em especial, Malen. O ex-PSV teve o condão de sacudir a nuvem negra que começava a assolar a sua equipa e promoveu os primeiros avisos à baliza de Wálter Benítez, antes de consumar o principal estrago da etapa.
Desta vez, a pressão alta funcionou a bom ritmo, Emre Can recuperou em zona alta, cabendo a Marcel Sabitzer servir o passe de morte para Malen. No apelo à lei do ex, o internacional neerlandês engendrou um tiro fulminante ao qual o guardião do PSV não foi capaz de chegar, ficando a sensação de que deveria ter feito melhor.
A vantagem tranquilizou - até demais - a equipa germânica e a subida de rendimento do vice-campeão da Eredivisie não tardou a ressurgir. Lozano e Saibiri mantiveram-se irrepreensíveis na procura de servir os colegas de ataque, mas a displicência da finalização de Johan Bakayoko e a valentia de Meyer a suster a bomba do camisola 34 do PSV seguraram a vantagem mínima ao Dortmund, na ida para os balneários.
O reatar não estancou o fluxo de jogo neerlandês - antes pelo contrário - e o golo do empate acabou por surgir, já depois do aviso muito sério desde a entrada da área de Joey Veerman. Saibiri tentou recuperar uma bola mal dominada e foi rasteirado por Hummels - até aí a exibir-se de forma irrepreensível e com vários cortes valiosos -, com Srdjan Jovanovic a ser perentório ao apontar para a marca dos onze metros.
Nessa altura, o capitão Luuk De Jong mostrou como se faz e converteu o castigo máximo, apesar dos esforços de Alexander Meyer para deter o ensaio. Com o empate, os borussen ainda ousaram recuperar a vantagem por intermédio do inevitável Mallen. Saibiri reagiu quase de pronto, mas o empate seria mesmo a realidade, depois de uma última meia hora de intensidade incomparavelmente menor, algo que nem a frescura de Julian Brandt, Marius Wolf - rendeu um apagadíssimo Jadon Sancho - ou Ricardo Pepi foi capaz de revolucionar.
A realizar uma temporada memorável - a melhor desde que veste a camisola do Borussia Dortmund -, Malen não tremeu perante a sua antiga plateia. Acompanhado de um coletivo desligado em vários momentos do jogo, o internacional neerlandês foi um perigo à solta para a defensiva do PSV, confirmando tal credencial com o único golo dos germânicos.
Futebol condizente com a melhor prova de clubes do mundo, mas muita perda em frente à baliza contrária. A jogar perante os seus adeptos, o PSV podia e devia ter angariado vantagem face ao volume ofensivo que conseguiu em vários momentos da partida. Uma faceta perdulária que pode sair cara na segunda mão...
Com um critério largo (como este tipo de jogos pede), Srdjan Jovanovic desempenhou uma arbitragem competente, onde a única «crítica» a apontar foi a dualidade de critérios tida na primeira meia hora, altura em que admoestou mais facilmente Hirving Lozano do que vários elementos do Dortmund em lances muito semelhantes.