O duelo entre as duas faces de Diego Armando Maradona na Europa, jogado numa casa rebatizada em honra do mítico jogador argentino, nunca seria de decisão fácil. Isso verificou-se na passagem do teórico ao prático, com um empate (1-1) que empurra a sentença para a segunda mão.
As primeiras 48 horas de Francesco Calzona ao leme do Napoli não terminaram em vitória, mas é justo dizer que este desfecho inicial não enfurecerá os adeptos, já que o adversário era nada menos do que o Barcelona. No fim, o marcador foi construído por dois dos maiores goleadores do planeta, ambos bem à altura destes palcos da Liga dos Campeões: Lewandowski e Osimhen.
A estreia de um terceiro treinador na temporada atraía atenção até ao arranque da partida, mas essa foi roubada por um menino que já não sabe estar longe dos holofotes. Falamos de Lamine Yamal, que se tornou no jogador mais jovem de sempre a jogar a fase a eliminar da Champions e celebrou a marca com uma entrada temível.
Lewandowski continua de pé quente 🔥
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— DAZN Portugal (@DAZNPortugal) February 21, 2024
O extremo de 16 anos (e 223 dias, já que o leitor pergunta) fez os dois primeiros remates do jogo, sendo o segundo muito perigoso e motivando uma boa reação de Meret na baliza napolitana. O guarda-redes adversário voltaria a agigantar-se minutos depois, quando travou Robert Lewandowski à queima-roupa, depois de uma bela jogada individual de João Cancelo.
Fora essas duas chances, era um jogo de poucos acontecimentos e no qual a principal luta era pelo tempo de controlo do esférico. O campeão de Itália teve algum, o campeão de Espanha também, mas as aproximações à área tinham quase sempre o selo blaugrana. Já na segunda parte deu finalmente golo, com Lewandowski, em grande forma nesta fase da temporada, a finalizar de forma brilhante após passe de Pedri.
O golo, embora merecido, significou uma mudança quase imediata no jogo. Calzona sentiu a necessidade de fazer algo e a opção inicial foi de tirar Kvaratskhelia, o que poderia ser encarado como uma jogada de poder se não tivesse funcionado tão bem.
O goleador, que ainda não tinha vestido a maglia azzurra desde o virar do ano, saiu do relvado logo a seguir ao golo, mas isso não impediu o Napoli de se agarrar ao volante por mais alguns instantes. Anguissa ameaçou juntar um golo à sua assistência e Gio Simeone também trouxe algum fogo ao jogo, embora nenhum tenha tido sucesso.
Seriam as cores catalãs a dominar os últimos minutos do jogo, nos quais João Félix regressou de lesão e João Cancelo se afirmou como o jogador mais desesperado pela vitória, merecendo a distinção de melhor em campo no zerozero. Gundogan teve a última palavra a dizer, com um remate ao lado que empurrou definitivamente a decisão para a segunda mão, daqui a três semanas.
Dificilmente foi um jogo brilhante ou que ficará na história, mas houve alguns momentos em que a enorme capacidade das individualidades ficou em evidência. Nível médio muito elevado e momentos decisivos patrocinados por dois jogadores que devem servir de exemplo para qualquer jovem que sonhe com um futuro a ponta de lança.
Francesco Calzona teve uma estreia satisfatória, especialmente tendo em conta que chegou ao clube há cerca de 48 horas, mas pode significar pouco. O Napoli continua sem ter nenhuma vitória no histórico frente ao Barcelona e fora de casa será ainda mais difícil de desmontar uma equipa que já foi ligeiramente superior esta noite.
Pouco a assinalar na exibição do alemão Felix Zwayer, que até foi correto no período de compensação dado. Quatro minutos no total do jogo, uma vez que as paragens praticamente não existiram.