O caminho tem sido feito com mérito, mas o Arsenal voltou a travar quando ronda a elite. Frente a um Bayern longe de assustador, a equipa de Mikel Arteta não teve resposta para o golo sofrido (1-0) e caiu sem brilho da Liga dos Campeões 2023/24.
Apesar dos festejos, o otimismo também não pode ser elevado no lado bávaro. O futebol está longe de ser atrativo e dominante, com Tuchel a privilegiar a segurança à ousadia. Taticamente, o segundo tempo foi de superioridade em relação ao adversário, mas a exigência vai ser outra nas meias-finais.
Sinais dos tempos. O Bayern dominador neste tipo de jogos já não aparece. A intensidade deu lugar a um motor emperrado, uma equipa expectante e de pouco rasgo. As ausências de Gnabry e Coman não ajudaram, mas pedia-se mais aos germânicos no primeiro tempo.
Sem grande perigo, o Arsenal teve ainda assim mais força até ao descanso. Pressão competente e posse de bola, com aproximações a zonas avançadas resolvidas por Neuer ou falta de um competente último passe. Mais razões para otimismo de Mikel Arteta na ida para os balneários e uma eliminatória em aberto. Ninguém queria errar.
Quatro temporadas depois o 🇩🇪Bayern atinge as meias-finais da ⭐️Champions League.
Em 48% das presenças na 'liga milionária', os bávaros chegaram às meias-finais da prova (13/27). pic.twitter.com/BXJfpKJIUx
— Playmaker (@playmaker_PT) April 17, 2024
Pareceu ordem de Tuchel, claramente. Tinha faltado presença de elementos no ataque e os bávaros corrigiram isso, o que resultou na chegada do perigo. Em grande estilo, Goretzka cabeceou ao ferro e acordou as bancadas de Munique, insatisfeitas com o que estavam a assistir até este momento.
O Arsenal continuou a ter mais bola, porém, elementos como Saka e Havertz passaram ao lado do jogo. Os cruzamentos voltaram a ser problema para a defesa londrina, só que Kimmich teve mais pontaria e marcou de cabeça em resposta a um cruzamento a rondar a perfeição de Raphael Guerreiro.
Arteta tentou de tudo, com alterações táticas e colocação de vários homens na frente. Porém, os Gunners não conseguiram adaptar o jogo às novas exigências e o Bayern não teve grande sufoco para assegurar um lugar no top-4, algo que não acontecia desde 2020.
Foco na luta da Premier League para os londrinos, após uma dose de realidade. A equipa tem organização e há elementos de qualidade, no entanto, falta chispa neste nível, especialmente no ataque.
Não foi bonito e a abordagem esteve longe de ter o ADN Bayern, mas o objetivo de continuidade na Liga dos Campeões foi conseguido pelos bávaros. Após o golo a equipa não teve grandes problemas para segurar o resultado na reta final, só que o primeiro tempo foi paupérrimo.
Faltou capacidade para aproveitar a posse de bola conseguida pelos visitantes em Munique. Gabriel Jesus e Nketiah não têm a confiança de Arteta, que apostou num apagado Havertz para a frente de ataque. Mesmo nos flancos, um ou dois reforços vinham a calhar.
Trabalho seguro de Danny Makkelie e a sua equipa. O jogo teve poucos casos e foi de fácil controlo.