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É a Gary Lineker que se deve o aforismo futeboleiro de que o «futebol é um jogo com onze jogadores de cada lado, mas que no final ganha sempre a Alemanha».
Mas houve um tempo em que as coisas não eram assim... A 30 de julho de 1966, a Inglaterra tinha conquistado pela primeira vez o Campeonato do Mundo, vencendo os alemães na final por 4x2 após prolongamento e muita polémica.
Pouco menos de dois anos depois, em Hannover, a Alemanha Federal venceu os ingleses por 1x0 com um golo de Franz Beckenbauer. 38 depois do primeiro confronto, os alemães venciam finalmente um jogo contra os britânicos...
Seguiu-se um encontro de "morte" nos quartos-de-final do Mundial de 1970 no México que precisou novamente de tempo-extra para decidir o vencedor. Os alemães levaram a melhor (3x2) e deixaram os então Campeões Mundiais fora de prova.
Ai destino, ai destino...
Londres, dois anos mais tarde: os deuses da fortuna insistiram em colocar alemães e ingleses em rota de colisão. Frente a frente duas escolas de futebol, duas equipas recheadas de alguns dos melhores executantes da história da modalidade, mas apenas uma podia jogar em junho no Europeu '72.
Em Wembley, 96,800 lotaram o mítico altar do futebol britânico. Os ingleses entraram em campo com os habituais três leões na camisola, mas foram os alemães os verdadeiros leões à solta no imaculado relvado do Empire Stadium.
Equipada com a secundária camisola verde, a Mannschaft fez história ao conseguir um dos resultados mais marcantes da história do futebol nacional.
Hoeneß abriu as hostilidades aos 26' e a Inglaterra ainda empatou por Lee aos 77'. Aos 85', Netzer apontou magistralmente uma grande penalidade: Banks ainda lhe tocou, mas não pôde evitar o segundo golo alemão. Três minutos depois, Gerd Müller (sempre ele!) encontrou um espaço na área inglesa e rematou sem hipóteses de defesa para Gordon Banks. 1x3, a RFA estava com um pé na fase final (a segunda mão terminou empatada a zero).