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    O sítio dos Gverreiros
    António Costa

    A reta final

    2024/05/03
    E0
    "O sítio dos Gverreiros” é uma coluna de opinião de assuntos relativos ao SC Braga, na perspetiva de um olhar de adepto braguista, com o sentido crítico necessário, em busca de uma verdade externa ao sistema.

    A liga portuguesa caminha apressadamente para o seu fim e a temporada só se estende mais uma semana, para a realização da final da Taça de Portugal. Para o SC Braga apenas faltam disputar três jogos, dado que na prova rainha já tombou há muito da competição.

    Os bracarenses foram, na jornada anterior, ao estádio da Luz para enfrentar o Benfica, de onde saíram derrotados. A equipa arsenalista até esteve a vencer até perto do minuto setenta, altura em que os lisboetas empataram e, já perto do fim, aconteceu a viragem do marcador, ficando para os registos um triunfo benfiquista e a consequente derrota minhota.

    A partida da Luz teve, na minha opinião, um momento decisivo perto do intervalo, numa altura em que a vantagem brácara causava muito desconforto na equipa da águia, quando Otamendi agrediu de modo intencional Zalazar, com uma agressividade que deixou o rosto do uruguaio a sangrar. O árbitro João Pinheiro não viu qualquer infração e só uns segundos mais tarde parou o jogo para mandar entrar a equipa médica fruto do que viu no rosto do atleta, mas que não tinha visto antes. Se a análise fina do lance podia escapar em tempo real é inaceitável que tenha escapado ao VAR, onde estava Hugo Miguel, havendo da sua parte obrigação de informar o juiz da partida sobre o contexto do lance, que recomendava a inequívoca expulsão do jogador argentino do Benfica. Este sentimento de impunidade não se entende e a vista grossa feita ao lance só adensa as dúvidas das pessoas que cada vez menos acreditam no que se passa nos relvados. Os elementos da arbitragem presentes neste jogo prestaram um mau serviço ao futebol. Indiferentes a isso os campeões nacionais chegaram ao triunfo, nunca se sabendo como terminaria aquele guião se na sua escrita constasse a tal expulsão, pois a inquietação iria certamente aumentar, dado o nervosismo latente nas bancadas.

    Agora, o início da reta final da liga portuguesa por parte dos bracarenses, acontece com a receção ao Casa Pia, sendo esperado que na Pedreira resulte uma resposta afirmativa, seguindo-se uma visita sempre incómoda a Guimarães e o pano desce com a receção ao FC Porto. Neste momento entre o terceiro lugar, onde estão os portistas, e o quinto, onde estão os vimaranenses, há uma curta distância de três pontos, estando no meio o SC Braga, a um ponto dos dragões, com as três equipas a terem possibilidades de terminar no pódio, numa luta anteriormente imprevista e que agora se prevê difícil e bastante exigente.

    A jornada deste fim de semana pode clarificar algumas coisas na luta pelo pódio, pois os dois primeiros lugares estão entregues a equipas de Lisboa, não se prevendo que a ordem entre eles seja trocada até ao fim. Os factos atuais permitem dizer que o FC Porto acede diretamente à fase de grupos da Liga Europa se vencer a Taça ou terminar no terceiro lugar, ao passo que o SC Braga só terá esse privilégio se terminar em terceiro lugar e o Sporting vencer a Taça de Portugal, numa situação que também se aplica ao Vitória SC. Neste momento os portistas e os bracarenses dependem de si para terminar em terceiro lugar, mas para entrar na fase de grupos sem eliminatórias precedentes só os portistas dependem de si. Obviamente que para as duas equipas do Minho também está em causa o prestígio que é conferido por um lugar de pódio, pelo que a luta deverá ser intensa até ao fim. Os arsenalistas têm os confrontos diretos com os dois rivais, pelo que as decisões poderão mesmo acontecer na última jornada, sendo natural que nesta fase todas as cautelas entrem em campo ao lado das equipas, dada a reduzida margem de erro disponível.

    Uma nota final para o início da Taça Revelação, onde os Sub 23 do SC Braga defendem o título conquistado na época anterior. A receção ao Estrela da Amadora valeu a passagem aos quartos de final, graças à vitória tangencial conseguida. Na definição da partida esteve um passe de classe de Afonso Duarte para um golo de fino recorte técnico de Rodrigo Silva, num duelo excessivamente cauteloso, sendo necessário subir de rendimento para conseguir chegar à decisão da competição. Segue-se o Sporting, que precede as meias-finais, a duas mãos, antes da partida onde todos querem estar. Boa sorte equipa, na defesa de um título que importa renovar, pensando num passo de cada vez.



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